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Os desafios do administrador em tempos de pandemia

O dia a dia de um administrador já é baseado em decisões e planejamentos do futuro, porém nesse período de pandemia que estamos vivendo essas decisões e planejamentos ficaram cada vez mais evidentes e obrigaram os gestores a retomar alguns conceitos já esquecidos e rever alguns considerados ultrapassados, haja vista que com a mudança repentina do modo de condução das empresas, sejam elas de produtos ou serviços, se alteraram bastante devido as restrições sanitárias impostas pelas autoridades.

Os planejamentos de médio e longo prazo deram lugar ao planejamento de curto prazo, pois uma decisão tomada hoje não se sabe se será válida amanhã, pois a cada momento surge uma restrição imposta pelas autoridades federais, estaduais, municipais ou jurídicas, dependendo do avanço da doença em cada estado ou município, tais imposições obrigaram os gestores a ficarem atentos ao noticiário o tempo todo, pois dependendo da atividade que sua empresa exerça, uma matéria prima necessária a sua produção ou um produto que ele deva fazer entrega em outra jurisdição, não poderá chegar ou não ser entregue devido a uma barreira sanitária ou sistema de isolamento onde não seja permitida a entrada de pessoas ou produtos oriundos de outro estado ou município. Quando isso acontece aumenta ainda mais as despesas da organização que em várias situações já estão trabalhando no vermelho.

O home office é um dos conceitos que muitos gestores torciam o nariz mesmo sendo aplicado em várias organizações mundo afora, no entanto foi uma das melhores opções para isolamento de seus funcionários sem que fosse necessário parar suas atividades nem demiti-los, aliás esse é um dos modelos que deverá ser adotado por muitas organizações após o término da pandemia, devido a produtividade que aumentou em alguns casos, a segurança de seus colaboradores devido não ter mais os deslocamentos diários da casa para o trabalho e vice versa, diminuindo com isso os acidentes de trajetos, economia de recursos da própria empresa e principalmente os custos com viagens (alimentação, pernoite, combustível e passagens), uma vez que agora as reuniões são via sistemas online.

Não sabemos ainda até quando irá essa pandemia, porém o que sabíamos e não nos dávamos conta e que agora ficou bem evidente, é que, quando possível nunca devemos trabalhar com um só ramo de comércio ou serviço, ou então depender de um único fornecedor. Pois numa crise igual a que estamos vivendo, ocorreram duas situações, ou não receberam os insumos ou houve elevação exagerada dos preços. O maior exemplo disso foi o caso dos respiradores, onde valeu a velha máxima: “primeiro eu te quebro as pernas, depois te vendo as muletas”, onde os respiradores essenciais para o tratamento da COVID-19 são provenientes do país onde surgiu o vírus.

Portanto o principal desafio a partir de agora, é analisar os erros e acertos que houveram durante esse tempo e saber identificar as oportunidades que essa crise nos trouxe até aqui, pois assim como várias empresas acabaram paralisando suas atividades diante dos prejuízos, várias outras se reinventaram e estão aproveitando os novos nichos de mercado que surgiram. Serão novos tempos, novos mercados, mas principalmente uma nova maneira de trabalhar e gerir as equipes de trabalho. Num mundo cada vez mais globalizado onde as pessoas estão conectadas com tudo e com todos ao mesmo tempo, onde as informações surgem rápidas demais, os administradores não poderão ficar alheios ao tempo e não se adequarem à realidade vivida nos dias de hoje.

Autor: ADM. João Maria Fermino dos Santos CRA/PR 20.919 – Especialista em Gestão Empresarial com Ênfase em Plano de Negócios – Delegado Regional da Seccional de Telêmaco Borba – joaomariafermino@gmail.com
Este artigo não reflete necessariamente a opinião do CRA-PR.