março 3, 2020

Mulher, mercado de trabalho e o princípio da igualdade

O artigo quinto da Constituição Federal de 1988 diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.” Logo em seguida, o inciso I complementa que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”. Declarar a igualdade de todos perante a lei foi uma preocupação que nasceu após a Revolução Francesa, em 1789. Depois da queda da Bastilha, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi criada e adotada pela Assembleia Constituinte Nacional e incorporada pelas constituições mais modernas, como a brasileira. No Direito, o princípio da igualdade é dividido em formal e material. No primeiro, fala-se da igualdade jurídica e do tratamento sem distinções. Já no sentido material, pressupõe que deve-se tratar igual os iguais e desigual os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. Perante a lei, portanto, homens e mulheres são iguais. Possuem os mesmos direitos e deveres, além da mesma dignidade. Ora, mas sabemos que há diferenças físicas, hormonais, emocionais e psicológicas. É por isso, por exemplo, que em provas de aptidão física previstas em alguns concursos públicos, mulheres realizam testes adequados à capacidade física delas. Por produzirem pouca testosterona, elas acabam tendo menos massa muscular, e isso diferencia as mulheres dos homens. Dessa maneira, não há a garantia de equidade, caso mulheres realizem as mesmas provas que os candidatos do sexo masculino. Por isso, a adequação dos testes é essencial para dar efetividade ao preceito constitucional da igualdade. Essas diferenças entre homens e mulheres são naturais e saudáveis. Porém, há quem use as dissemelhanças para se julgar superior ou inferior ao próximo. Mulheres, infelizmente, ainda são desvalorizadas por essa suposta “superioridade masculina”. Em pleno século XXI, ainda vemos uma boa parte de meninas e mulheres preteridas nos mais diversos espaços da sociedade. No mercado de trabalho, apesar de toda a luta feminina por equidade de gênero, ainda observamos grandes discrepâncias. Segundo estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado no ano passado, as mulheres ganham, em média, 20,5% menos que os homens no país. Essa diferença salarial foi identificada em todas as ocupações selecionadas na pesquisa. A dificuldade em ascender a postos de gestão também é outro desafio que ainda não foi superado, mas os estudos apontam que a participação delas nessas áreas vem crescendo. Dos 2,6 milhões de empregos em cargos de chefia registrados na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) em 2017, as mulheres somavam 1.143.821 vínculos empregatícios, 43,8% do total. Ainda sobre a vida profissional das mulheres, de acordo com o estudo “Assédio moral no trabalho, gênero, raça e poder”, publicado na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional em 2018, elas sofrem mais assédio do que os homens no ambiente de trabalho. Nas entrevistas realizadas durante a pesquisa, 65% das entrevistadas relataram que sofreram atos repetidos de violência psicológica. No público masculino, esse percentual é de 35%. Aquelas que são mães relatam, ainda, que foram hostilizadas no ambiente profissional desde a gestação e pior: levantamento realizado pela Fundação Getulio Vargas mostrou que metade das mulheres perdem o emprego em até dois anos depois da licença maternidade. E tem mais: quando elas vão buscar novas oportunidades na carreira, é comum passarem por constrangimentos na hora da entrevista. E, em todo o mundo, 52% das mulheres economicamente ativas já sofreram assédio sexual, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Inúmeras pesquisas apontam para a infeliz realidade: a igualdade, tão defendida pelas nações que adotam o Estado Democrático de Direito, só existe mesmo no papel. Na prática, o que observamos é a luta incansável de mulheres e meninas para conquistarem seus espaços na sociedade. Na década de 1930, a filósofa e teóloga alemã, Edith Stein, em pleno período da Segunda Guerra Mundial, chamou a atenção da sociedade para esse problema. Na época, ela falou sobre o papel da mulher e sua importância para frear o nazismo. No livro “A Mulher”, ela alertava “que pela queda, a relação de companheirismo transformou-se em relação de domínio, muitas vezes exercida de modo brutal, onde já não se tem em mente os dons naturais da mulher e seu desenvolvimento máximo; agora ela é explorada como um meio para um fim, a serviço de uma obra ou para satisfação dos próprios desejos”. Anos depois, ela foi sequestrada pelos nazistas, deportada e morreu em Auschwitz. Mas as obras que ela deixou são essenciais para compreender a graça por trás da complementariedade entre homem e mulher. Se o mundo prestasse atenção a esses ensinamentos, certamente que os números das incontáveis pesquisas sobre o universo feminino seriam mais atraentes. Esse cenário só será transformado quando mudarmos a mentalidade do mundo. O primeiro passo é fazer valer, na prática, o princípio da igualdade. Mulheres precisam ter as mesmas oportunidades que eu e meus colegas e esse estímulo precisa vir desde a escola, oportunizando que meninas se engajem mais em projetos e pesquisas. Já os meninos precisam ser educados para respeitar as mulheres. Eles precisam aprender que elas não são objetos de desejos. É preciso mostrar o que é respeito, empatia e consentimento para que vejam as mulheres como pessoas que têm os mesmos direitos e deveres que eles. Quanto a nós, gestores, temos a missão de promover ações e iniciativas que permitam às mulheres terem mais espaço no mundo corporativo. Mais que isso: com o avanço feminino no mercado de trabalho, é essencial que as empresas busquem alternativas para se adaptar à maternidade. Vou além: essas iniciativas precisam, também, atender aos pais e às famílias em geral. Afinal, quando a gente estimula que homens possam exercer uma paternidade presente, mais responsável e compartilhe tarefas da família com suas companheiras, as mulheres ficam menos sobrecarregadas e muito mais seguras para construírem suas carreiras profissionais. Grandes empresas, em todo o mundo, já adotam medidas como essas. E estudos mostram que essas iniciativas aumentam a produtividade, pois os colaboradores

Lançamento do ErpaSul 2020

ERPA Região Sul é lançado em Foz do Iguaçu Maior evento da Administração da região sul ocorre nos dias 5 e 6 de junho e terá painéis e workshops com profissionais de destaque no setor da gestão, inovação e sustentabilidade Foi lançado no último dia 3 de março, em um café da manhã para personalidades e imprensa em Foz do Iguaçu, o ERPA (Encontro Regional de Profissionais da Administração) Região Sul, maior encontro de Administradores dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O evento ocorrerá nos dias 5 e 6 de junho em Foz do Iguaçu e irá reunir diversos líderes de vários países dos setores de gestão, inovação e sustentabilidade. Nomes como do sueco Lars Birging, do canadense Shawn Slack e do norte-americano Marc Weiss se unem a diversas referências do Brasil e da América latina para um encontro que visa discutir como a gestão e a inovação podem aportar com a sustentabilidade de empresas e cidades. “Será um evento inédito em nossa região que trará bastante impacto para os Administradores”, afirma do Adm. Sérgio Lobo, presidente do CRA-PR, que ao lado dos CRAs de Santa Catarina e Rio Grande do Sul está promovendo o evento. Mais informações podem ser encontradas no site oficial do evento: www.erpasul2020.com.br Reservas antecipadas. Em virtude da alta procura, o Rafain Palace Hotel, onde será realizado o evento, já está disponibilizando um código de promoção para que os participantes façam suas reservas de quartos. Acesse https://rafainpalace.com.br/ e faça sua reserva. FOTO: Administradores Darley Carneiro, do Jornal JDIA, Isabela Muller, Diretora do CRA-SC,  Paulo Jordani, Presidente do CRA-SC, Cláudia Abreu, Presidente do CRA-RS, Sérgio Lobo, Presidente do CRA-PR e Nestor Javier Benitez, Cônsul do Paraguai.