maio 25, 2020

Falta de saneamento piora o combate ao coronavírus

Capitais sem rede de água e esgoto lideram ranking de mortes por Covid-19 Mesmo com isolamento e distanciamento social e lockdown, algumas capitais brasileiras enfrentam uma barreira no combate ao coronavírus: a falta de saneamento básico. Estudo realizado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia revelou que a mortalidade por Covid-19 é maior naquelas capitais onde a coleta de esgoto e o tratamento e abastecimento de água são precarizados. Fonte: G1 De acordo com dados preliminares, Belém, Manaus e Fortaleza são as capitais com maior  número de mortes por falta de saneamento básico. Para se ter ideia da gravidade do problema, essas três cidades têm menos de 40% do esgoto tratados. O estudo reuniu dados do Ministério da Saúde, do Instituto Trata Brasil e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a diretora de Estudos e Projetos Estratégicos do Conselho Federal de Administração (CFA), Gracita Barbosa, quando o governo investe em saneamento, ele economiza na saúde. Ela lembra, ainda, que a falta de coleta de esgoto também favorece a proliferação de outras doenças como dengue, zika e chikungunya. “Fica complicado as pessoas seguirem as orientações de higiene para conter a transmissão do coronavírus quando elas não têm água tratada em suas torneiras”,explica. Para superar esse antigo problema brasileiro, a diretora do CFA fala que é preciso investir em gestão profissional. “O país estagnou nessa área e, enquanto não criar políticas públicas sérias para resolver essa questão, o Brasil não alcançará as metas previstas no Plano Nacional de Saneamento Básico”, alerta Gracita. Retrato das capitais mais afetadas Segundo dados do Sistema CFA de Governança, Planejamento e Gestão Estratégica de Serviços Municipais de Água e Esgotos, o CFA-Gesae, o índice de tratamento de esgoto em Belém é de 9,05% e apenas 13,56% da população tem acesso a esse serviço. Na capital do Pará, os casos de  Covid-19 estão em alta. Para se ter ideia, até as 13h do último dia 23 de maio, a Secretaria Estadual de Saúde do Pará confirmava 23.622 diagnósticos da doença causada pelo novo coronavírus, com 2.100 mortes. Fonte: CFA-Gesae Em Manaus, a situação não é diferente. Apenas 12% da população da capital tem acesso a tratamento de esgoto. Sem saneamento básico, a cidade é uma das que mais sofrem para mitigar o avanço da Covid-19. Em todo estado do Amazonas, dos 29.867 casos confirmados até o dia 24 de maio, 13.881 são de Manaus (46,48%) e o município teve, até o momento, 1.182 óbitos em razão da doença. Fonte: CFA-Gesae Já na capital cearense, o índice de coleta de esgoto é de 58%. Na cidade, mais de 3 milhões de moradores ainda sofrem com a falta de água encanada. Enquanto não supera a falta de saneamento, Fortaleza segue com altos índices de Covid-19: até o momento são mais de 20 mil pessoas com a doença e mais de 1.600 mortes. Fonte: CFA-Gesae O CFA-Gesae é um estudo feito pelo CFA cujo objetivo é oferecer aos municípios um sistema de governança e planejamento estratégico de serviços públicos de água e esgoto. A ferramenta traz dados dos mais de 5 mil municípios e dos estados brasileiros. Com os índices fornecidos pelo CFA-Gesae, os gestores podem repensar suas políticas públicas na área de água e saneamento. “Ele oferece aos municípios um sistema de governança e planejamento estratégico de serviços públicos de água e esgoto”, explica Gracita. Para saber mais acesse: www.gesae.org.br. Para consultar os gráficos, utilize “login: publico” e “senha: publico”. Ana Graciele Gonçalves Assessoria de Comunicação CFA

Liderança e Janela de Oportunidade em tempos de Pandemia

Um outro dia, depois de um período de quarentena, um diretor de empresa comentou que, ao chegar em casa, quando seus filhos escutavam o barulho da porta do apartamento, diziam à mãe: “Acabou a brincadeira, o papai chegou”. Disse que, sem perceber, transferiu para casa a mesma “energia” que utilizava para a entrega de resultado no trabalho, passando a tratar os filhos como “chefe” e não como pai. Felizmente, hoje as coisas estão bem diferentes. Somente a liderança que valoriza pessoas e que tem consciência de que “tem gente atrás do crachá”, é que consegue estabelecer a cultura de respeito e valorização do ser humano nas organizações. Quando pessoas são respeitadas e reconhecidas, passam a perceber que o trabalho vai além de tarefas que executam. Elas aumentam o senso de pertencimento, e se dão conta de que fazem parte de uma equipe que coopera e empenha-se na realização de algo. Esse período de Pandemia e muita gente em ‘Home Office’, ajudou. Uma premissa para tornar-se, e manter-se bom líder, é demonstrar interesse genuíno pelas pessoas. Algo que não depende do que estudou, nem de formações e certificações que fez, mas de vontade e atitude, buscando reconhecer pessoas pelo que são e pelo que fazem. Imagine como seriam os banheiros do local de trabalho sem pessoas para cuidar deles. Você já parou pra dizer: “- Muito obrigado pelo importante trabalho que realiza aqui na empresa. Sem você esse lugar seria uma bagunça.”? Algo simples e rápido, mas precioso e importante para quem ouve. A crise gerada pela Pandemia da Covid-19, me parece uma Janela de Oportunidade, ou seja, você deixa de fazer uma atividade que poderia lhe dar um retorno (ler um livro, fazer um curso, trabalhar mais em um projeto pessoal, etc) para perguntar aos seus pares na empresa, no condomínio, no bairro: O que está acontecendo? Como posso ajudar? Quem já me ouviu falar sobre liderança, certamente escutou que “sem confiança não existe liderança”, já que liderança pressupõe relacionamentos, e sem confiança esses relacionamentos se tornam superficiais e descompromissados. E quando pensamos em confiança, podemos encontrar vários caminhos que facilitam a sua construção, mas todos dependerão de como nós aproveitamos as “janelas de oportunidade”; momentos em que precisaremos escolher entre virar as costas para as necessidades do outro, ou agir para demonstrar interesse genuíno por ele. Em outras palavras, momentos em que precisaremos decidir entre fechar as “janelas de oportunidade” e quebrar a confiança, ou abri-las, construindo-a. Crise da Pandemia, crise do Corona Vírus, crise da Covid19 … estas talvez tenham sido as palavras mais citadas no mundo ao longo dos últimos meses desde a crise de 1929. A Janela de Oportunidade aqui, é o cenário positivo no meio do CAOS. São algumas poucas empresas ou mesmo líderes, que diante de incertezas e cenários nada animadores dizem: “Reconhecemos que existe uma crise pela pandemia, mas decidimos que não iremos participar dela.” Pensar, sentir e agir a partir desta crença, possibilitou uma ampliação da visão, fortalecimento da missão e alinhamento do propósito, além de novas formas de pensar sobre gestão de pessoas e negócios. O aprimoramento de competências e novos comportamentos foram determinantes para a criação e ampliação de novos mercados, melhoria nas relações com parceiros, e tornar os produtos, processos e serviços mais criativos e inovadores, além de mais acessíveis. Toda crise gera “uma lição a ser aprendida”. O que a pandemia atual está nos trazendo como lições a serem aprendidas? Tão importante quanto solucionar a crise é aprender com ela. Caso este aprendizado não aconteça, novas e conhecidas “crises” surgirão, até que a lição seja aprendida. Não vivemos em um tempo difícil, mas em um tempo diferente. As pessoas podem e devem ampliar a sua consciência da nova realidade e se adequar a ela, entendendo claramente que novos problemas e oportunidades exigem novas maneiras de pensar e agir. Adm.Richard Maturana “O CRA-PR não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do(a) autor(a)”