Conheça os prós e contras da carreira nesses dois setores

Para fazer uma escolha assertiva, profissional precisa avaliar os lados positivos e negativos de cada um Uma das maiores dúvidas dos estudantes de graduação com relação a carreira é: trabalhar na área pública ou privada? Perdidos entre esses dois caminhos, muitos fazem uma escolha sem pensar nas consequências. Mas, afinal, como tomar uma decisão mais assertiva nessa situação? Segundo o administrador Antônio Yared Lima, esses são dois mundos completamente diferentes. “A decisão depende muito do perfil do profissional, do ambiente onde ele vive e as relações familiares, por exemplo se a família já tem empresas. Esse fato terá grande influência na decisão”, explica. Adm. Antônio Yared Lima Antônio conta que veio de uma família empreendedora e, logo após finalizar a graduação em Administração, sonhava em atuar em uma grande empresa e aplicar todos os conhecimentos adquiridos no curso. Fazer carreira no serviço público não estava nos planos do administrador. De acordo com ele, na década de 1990 o setor sofria com escândalos de corrupção, hiperinflação, impeachment, entre outros. Contudo, com a falta de oportunidades na iniciativa privada, ele decidiu dar uma chance a carreira pública e fez um concurso. Hoje, Antônio é analista em Planejamento e Orçamento do Governo do Amapá. “Desde então, sempre me dediquei, procurei inovar e implantar as ferramentas e técnicas da Administração”, afirma. Rafael Rocha fez o caminho contrário. Começou a carreira como empregado público, mas o emprego estável em um banco não lhe trazia satisfação pessoal. Decidiu, então, sair para se dedicar ao seu sonho de propagar e difundir a mentalidade empreendedora no Brasil. Ele criou um programa que ajuda outros empreendedores a aumentar o alcance dos negócios por meio do marketing de conteúdo. Rafael Rocha largou o serviço público e foi empreender. Atualmente, Rafael é infoprodutor e mentor de empreendedores. Ele acredita que o empreendedorismo é a chave para uma vida completa e extraordinária. “O ser humano é co-criador da natureza. Fora do empreendedorismo não passamos de animais domesticados”, afirma. Prós e contras Antônio diz que a grande vantagem do serviço público é a remuneração salarial, que é maior em torno de 30%. Outra vantagem, segundo ele, é a estabilidade no emprego uma vez que, no Brasil, as avaliações de desempenho não possuem o mesmo rigor para o desligamento quanto no setor privado. “Por outro lado, a desvantagem da área pública é que não há a possibilidade de ganhos extras como bônus por produtividade, bônus por alcance de metas individuais e coletivas, participação nos lucros e outros benefícios que o setor privado concede”, comenta. O administrador diz, ainda, que a iniciativa privada, além dos benefícios de reconhecimento e recompensa por meritocracia, o setor “possibilita ao profissional mais liberdade de atuação e aplicação da sua criatividade devido ao alto grau de competitividade nos ambientes interno e externo, ou seja, o mercado”, explica. Por onde começar? Tanto no serviço público quanto no privado, o profissional precisa estar ciente de que enfrentará muitos desafios. Os avanços tecnológicos, as mudanças sociais, a Revolução 4.0 e a rapidez das transformações mundiais tornam o ambiente de trabalho mais vulnerável, incerto, complexo e ambíguo. “Se desejar ingressar no setor público, inevitavelmente, esse profissional deve se preparar/estar preparado para prestar um concurso público, já que a lei restringe o ingresso sem a devida seleção legal”, ensina Antônio. Mas se o foco é a área privada, o caminho a ser trilhado é outro. De acordo com o administrador, a rotina também exige estudo e atualização constante. “Para ter destaque, é necessário conhecer o máximo sobre sua área de atuação, bem como a organização em que atua. Dessa maneira, é possível ampliar a visão de mundo, melhorar sua comunicação, além de dominar as qualificações da profissão. O conhecimento é o maior diferencial competitivo na era da informação. De 120%, saiba escutar, organize-se e tenha uma postura positiva”, diz o diretor do Conselho Regional de Administração do Amapá (CRA-AP). Antônio continua com um pé na área privada. O administrador é especialista em gestão empresarial, empresário e consultor de empresas. Com experiência nos dois setores, ele avalia: “Sem dúvida, o setor privado é bem mais desafiador devido à dinâmica do mercado, a competitividade entre as pessoas e o acirramento da disputa entre as empresas. No setor privado, é necessário muito mais esforço para alcançar as metas e as cobranças são maiores”, finaliza. Ana Graciele Gonçalves Assessoria de Comunicação CFA
SUSTENTABILIDADE, ÉTICA E LUCRO PÓS-PANDEMIA

SUSTENTABILIDADE, ÉTICA E LUCRO PÓS-PANDEMIA Uma análise sobre os conceitos de Sustentabilidade, Ética e Lucro, no sentido prático, é pertinente em tempos complexos, com o objetivo de propor a reflexão na evolução dos atos, de forma permanente, a fim de contribuir com as gerações futuras, para que possamos entender a mudança nos hábitos que a pandemia promoveu na população. Ao questionar e repensar o caminho que se pretende seguir daqui para frente, levando em consideração que o isolamento social esgotou o tempo essencial de cada um que pode variar entre 20 e 25 dias, e propõe nos levar a mudar efetivamente, rumo a uma prática sustentável e ética, ao valorizar coisas pequenas e corriqueiras do dia a dia. A reflexão das necessidades em detrimento do essencial ou do impulso, ao acúmulo de itens sem necessidade, ao qual a humanidade vem exposta ao longo dos últimos anos, ao que destrói o ambiente físico do que destrói o ambiente social, o olhar tornou- se questionador. Teremos, a partir de agora, três modelos, de grupos sociais, retornando ao mercado consumidor: O primeiro grupo será constituído daqueles que tentarão continuar com a vida de antes, porém com barreiras pessoais e gerais que objetivem conter o impulso. O segundo grupo estará voltado para o consumo sustentável e ético e para ações que tenham propósitos sociais, econômicos, ambientais e espaciais. O terceiro grupo, constituído das duas categorias acima, tentará desenfreadamente recuperar o tempo perdido, mas será tomado por ações reflexivas e conscientes. As mudanças acima relatadas impactarão surpreendentemente algumas empresas, baseadas em pesquisas que demonstram claramente a busca por ações conscientes, que nos levam a pensar sobre a combinação ideal: sustentabilidade x ética x lucro. Algo que não é uma tarefa fácil, mas é parte do novo processo de transformação empresarial. Ao conjunto de modelos morais, que norteiam e alicerçam o comportamento da humanidade, no mundo dos negócios e na sociedade, nomeamos de Ética. Hoje, trava- se um desafio avassalador, diante dos diversos paradigmas destruídos pela pandemia, movidos por interesses particulares e critérios específicos. A prática da Ética, ao deixar o lado filosófico e partir para o lado prático, é o exercício de um conceito da conduta diária, relacionada ao comportamento, entender que Ética deve abranger pactos para consigo e os demais, além de compromissos a serem cumpridos por todos, dentro do contexto permanente para que ações perdurem no tempo e beneficiem gerações atuais e futuras, vem de encontro com o conceito de Sustentabilidade. A necessidade não só da sabedoria dos livros, mas da reflexão, resultante das escolhas e decisões diante de riscos e impactos associados, podem vir a assegurar a sobrevivência da humanidade já que a Ética Empresarial assegura a sobrevivência da Empresa. A Ética Social assegura a sobrevivência da sociedade, e a unificação de ambas, numa relação sistêmica, poderá revigorar o bem comum. Segundo Heinberg (2007, p. 1), o entendimento do termo sustentável é simples: “aquilo que pode ser mantido ao longo do tempo”, em consonância com Ética, pode- se afirmar que ações contrárias, não podem ser mantidas ao longo do tempo, o que pode resultar possivelmente é gerar uma sociedade sem parâmetros, norteada pelo caos, o que a deixará doente, sem possibilidade de funcionar. Se olharmos para o conceito de Heinberg a Sustentabilidade é a chave de como a Sociedade irá suprir sua necessidade de preservação, para com os valores que possam abranger uma cadeia de sucesso em benefício da sociedade e do meio vivido. A Pandemia mudou a vida das pessoas, físicas e jurídicas, de uma forma tão rápida quanto o inesperado vírus que se propagou pelo planeta, pensar de maneira individual é competir uns com os outros. Nos dias de hoje o modelo é o coletivo, ou seja, cooperação, portanto a mudança cultural no modo das empresas agirem com doações, preservação das vagas de trabalho, novas propostas de atuação no âmbito de pensar no próximo vão aumentando cada vez mais na criação de um novo modelo de sociedade que provavelmente irá emergir após a pandemia. Converter um modelo de negócio sustentável, ético e lucrativo já era complexo, nos dias atuais será ainda mais, um grande esforço sob todos os âmbitos será necessário. As empresas estão atentas às novas tendências, necessidades e interesses dos consumidores. O processo está acontecendo gradativamente por todos os lados e o desejo consciente ainda corre grande risco do julgamento das mídias sociais que atuam como um tribunal de exceção, onde não existe o contraditório, a defesa e muito menos o ético, que passa distante daqueles que se julgam com intelecto possível de opinião final e certa. Portanto, é preciso estarmos conscientes que podemos nos reinventar a partir da Pandemia, ao trazer parâmetros que contribuirão para gerações e empresas futuras engajadas de forma consciente e transparente, pretende- se assim demonstrar liderança que criem valores, solidificando a vantagem de negócio sustentável, ético e lucrativo. * as opiniões relatadas no artigo são exclusivas do autor (a) “O CRA-PR não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do(a) autor(a)”