Gestoras respondem à questão em webinar do CFA

No Brasil, 59% dos empreendedores são homens, e 41% são mulheres, segundo um relatório produzido pela MindMiners. No entanto, iniciativas de liderança feminina, incluindo a atuação das mulheres em altos cargos dentro de empresas, vêm crescendo. Personalidades como Luiza Helena Trajano chamam ainda mais a atenção para as empreendedoras de sucesso. Na próxima terça-feira, 27, o Conselho Federal de Administração (CFA) vai promover mais um webinar da Comissão ADM– Mulher com o tema Empreendedorismo Feminino. As convidadas serão a empresária e cofundadora da Sonata Brasil, Soraia Schutel, e a administradora e fundadora do Instituto FloresSer, Ana Paula Bohn. O objetivo é compartilhar experiências, trocar informações e inspirar outras mulheres que desejam seguir o mesmo caminho de empreender. Parte fundamental dessa escolha é saber administrar e planejar bem. Nossas especialistas falarão, ainda, como deve ser esse processo para que haja êxito e os riscos sejam mitigados aos máximo. O bate-papo será realizado às 16h, horário de Brasília, pelo CFAPlay, e mediado pela coordenadora da Comissão ADM– MUlher, Cláudia Stadtlober. Acesse e participe! Assessoria de Comunicação CFA
Do global ao local

Érick Antonio Sígolo Professor e Coordenador: Curso de Administração Unipar – Universidade Paranaense – Unidade de Guaíra. Administrador com Especialização em Gestão Empresarial pela FGV e Mestre em Desenvolvimento Regional e Agronegócio. Delegado da seccional do CRA/PR de Guaíra. O desenvolvimento brasileiro caracterizado pela industrialização pode ser dividido em dois momentos: a década de 30 como verdadeiro marco inicial; e a década de 50 como fase de entrada de capitais externos. Assim se criou um núcleo dinâmico na economia caracterizado pela produtividade com ganhos de escala e pela tecnologia relativamente avançada, integrando novas regiões e vinculando-as à dinâmica do capital nacional e internacional. As transformações que ocorreram no Brasil e no Paraná no setor industrial e agrícola foram decorrentes desse processo, ou seja, de uma economia agrícola tradicional passamos por uma transformação industrial. Assim, a integração de uma região só pode ser compreendida com a inserção da economia local no âmbito nacional e internacional. Contudo, a base de exportação de um município, estado ou pais é denominada, principalmente, pelas atividades básicas que produzem bens e serviços vendidos fora da região — “exportados”, seja para outros países ou outras regiões. Mesmo as atividades não básicas que são produzidas para consumo e investimento interno na região decorrem do crescimento das atividades básicas. Assim, com a crise mundial causada pelo novo coronavírus, vimos essa dinâmica ser afetada com a interrupção na comercialização e entrega de produtos essenciais. Começaram a faltar insumos, medicamentos e até suprimentos necessários à subsistência do ecossistema econômico de muitos países, estados e municípios. A pandemia causada pela covid-19 escancarou a grande dependência que os países, e até o Brasil, têm em relação à China, tanto nas relações de importação como nas de exportação. A participação em percentual da China no mercado global é enorme, conforme os dados abaixo: Fonte: revista exame de 22/07/2020.(Para visualizar o gráfico clique na imagem acima) No entanto, com a interrupção do fornecimento das cadeias de abastecimento, como aconteceu agora na pandemia, muitas empresas, países, estados e regiões forçaram-se a parar suas produções. Viu-se neste momento o quanto somos dependentes do mercado externo e de alguns países, em todos os sentidos. Do fornecimento de insumos para nossa produção até a comercialização de nossos produtos. Percebe-se que o atual modelo de negócio institucionalizado ao qual pertencemos, configurado numa “Base de Exportação Global”, proporciona o poder e a renda concentrado nas mãos de uma minoria. E quando essas crises acontecem, nós somos afetados diretamente, pois uma grande parte do fornecimento de insumos para nossa produção industrial interna advém de outros países. Além disso, boa parte do que produzimos também vai para o mercado externo. Parcerias comerciais são importantes, mas podem configurar um cenário de interdependência que pode gerar grande impacto quando uma crise extrapola suas fronteiras comerciais expandindo para todo o mundo os efeitos profundos causado por ela. A dependência de poucos fornecedores, a produção doméstica restrita de insumos, os subsídios do governo e o acompanhamento limitado de estoques foram os principais problemas revelados por esta crise. O susto provocado resultou em uma reconfiguração das empresas que estão buscando diversificar o leque de produtos para se manterem vivas durante este período crítico da economia mundial, através da reformulação dos processos produtivos e de seus canais de comercialização. Como estratégia de vendas, empresas de bens essenciais como alimentos e medicamentos estão focando seus esforços na internalização, ou seja, na produção específica destinada ao mercado interno. A mudança de foco que se deu pela quarentena foi desencadeada totalmente pela paralização de empresas que tinham como um dos principais clientes o mercado externo. Além disso, grandes multinacionais brasileiras que compravam matéria prima fora para seus produtos estão começando a fabricar insumos como forma de diminuir a dependência e fornecimento desses materiais por outros países. A BASF deverá produzir pelo menos três insumos, que até então vinham da Alemanha, para suas fábricas daqui do Brasil, segundo matéria da revista Exame de 22/07/2020. Mais que rapidamente, as empresas buscam agir como forma de amenizar os impactos de tal paralização “lockdown”. A estratégia do “menos é mais” para as grandes empresas faz todo o sentido agora, pois todos estão olhando para o mercado interno como uma válvula de escape para o problema. A palavra Regionalização ganhou mais força que a palavra Internacionalização. A pandemia, com as respectivas crises sanitária e econômica, impôs necessidades nunca antes vistas. Causou efeitos colaterais danosos e extraordinários, levando os atuais modelos de gestão a uma imprevisibilidade gigantesca do futuro. Posso afirmar que os pequenos negócios sofreram ainda mais, pois como sabemos, sua rede de contatos e clientes é menor, seu caixa é limitado e, na maioria das vezes, o pequeno empreendedor não dispõe de conhecimentos e ferramentas de gestão que possam auxiliá-lo. Mas nem por isso o protagonismo da inovação, diversificação e criação de novos modelos de negócios se restringe apenas às grandes empresas. Os médios e pequenos empreendedores também possuem lugar de destaque nessa briga econômica, mostrando que “é nos piores momentos que o espírito empreendedor aflora”. A quarentena forçou os brasileiros a comprar mais pela internet — um movimento que ajudou a impulsionar e manter as vendas neste período, beneficiando varejistas e pequenos comércios. Além disso, vimos pequenos negócios se reinventarem criando as mais inusitadas demandas como, por exemplo, o aluguel de ferramentas. Visto que o isolamento social forçou as famílias a ficaram em casa. Consequentemente, começaram a realizar manutenções e pequenas reformas em seus lares. Vimos restaurantes atendendo por aplicativos de delivery, indústrias do setor de vestuário que deixaram de fabricar roupas para concentrar sua produção em equipamentos de proteção individual (EPIs) como máscaras e jalecos. Até plataformas de anúncio de roupas funcionam como outlet de luxo, onde lojas fechadas podem expor seus produtos e marcas, pois estavam impedidas de comercializar devido às regras de distanciamento social. Sabemos que dentro de uma normalidade, o desenvolvimento de produtos e serviços para diferentes públicos é fundamental para as empresas perpetuarem seus negócios, mas no meio de uma crise como a que estamos vivendo, a inovação, a