You are currently viewing Gestão de emergência: o uso das ferramentas de gerenciamento para sobrevivência empresarial

Gestão de emergência: o uso das ferramentas de gerenciamento para sobrevivência empresarial

Autor: Adm. Claudemir José de Souza – Especialista em Finanças, Doutor em Administração, Conselheiro e Delegado do CRA-PR Seccional Francisco Beltrão.

 O termo inovação disruptiva vem sendo amplamente discutido no meio acadêmico e empresarial. Neste momento de pandemia, gestores depararam-se com a necessidade eminente de transformar e inovar nas empresas para mantê-las vivas.

O fechamento abrupto do comércio e da indústria, bem como a proibição e a redução da circulação de pessoas em função da pandemia do Covid-19, decretados pelos gestores públicos, geraram uma instabilidade há muito tempo não vista na economia mundial.

O ambiente instável evidenciou e ao mesmo tempo exigiu que as empresas se reinventassem e antecipassem a implantação de muitos projetos futuros. Nas instituições de ensino, por exemplo, as aulas presenciais deram lugar a aulas síncronas, por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).

Outro exemplo foi o caso das grandes varejistas, as quais aceleraram ainda mais o e-commerce e o marketplace como forma de possibilitar e incrementar as vendas e o acesso ao mercado on-line, pois para muitas empresas os canais do meio digital eram desconhecidos.

Profissionais de marketing foram pressionados a buscar formatos de comunicação que consigam atingir diferentes canais de mídia para atender o consumidor crossmedia. A comunicação não é mais uma via de mão única. Presenciamos claramente essa mudança nas últimas eleições brasileiras, que evidenciaram ainda mais a força da internet e das mídias sociais, superando as mídias tradicionais.

Neste cenário adverso, gestores precisaram abrir a caixa de ferramentas de gestão de forma a adequarem suas ações para a sobrevivência da empresa.

A Bain & Company, empresa norte americana de consultoria, com sede em Boston, Massachusetts, realiza desde 1993 uma ampla pesquisa sobre as ferramentas de gestão mais populares utilizadas pelos gestores ao redor do mundo e gera disso um ranking.

Com a caixa de ferramentas de gestão em mãos, os gestores tiveram que elaborar e estruturar um plano estratégico para a preservação do que é mais importante para as empresas: o caixa, o capital de giro, os fornecedores e, principalmente, a equipe de funcionários. Sabemos que na retomada serão esses que farão toda a diferença para reiniciarem seu crescimento.

Para esse plano estratégico podem ser utilizadas, conjuntamente, a análise SWOT, as cinco forças de Porter e a Matriz de Ansoff ou Matriz Produto Mercado. Trata-se de um plano fundamental para esta gestão emergencial, de forma a garantir a sobrevivência e a posterior retomada das atividades e do crescimento.

Após as devidas avaliações do cenário, novamente entrará em ação a análise e o planejamento criterioso do gestor, de forma a estruturar a empresa para atingir o break even point, uma poderosa ferramenta financeira que permite encontrar o ponto de equilíbrio da empresa.

Atingido o break even point, e a partir dele, a empresa buscará gerar caixa para pagar as dívidas e, a partir deste ponto, poderá voltar a investir.

O momento é extremamente desafiador, com o mercado mudando rapidamente, com novos players surgindo diariamente e clientes cada vez mais cientes, conscientes e menos apegados a marcas.

No momento atual, a capacidade de se adaptar às mudanças ficou ainda mais evidente, sendo a adaptação uma vantagem competitiva significativa.

Neste sentido, o aproveitamento máximo das ferramentas de gestão auxiliará e certamente favorecerá a busca pela sobrevivência e pelo crescimento, através da inovação constante.

Assim, para que o plano ocorra com sucesso, os gestores precisarão conhecer e saber operacionalizar esse cabedal de ferramentas de gestão disponíveis, o que fará toda a diferença no auxílio para a sobrevivência da empresa e posteriormente, no seu crescimento, pois toda crise é passageira e essa não será diferente.

cjsouza@unipar.br

“O CRA-PR não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do(a) autor(a)”