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O PAPEL DO GESTOR DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA

Autora: Adriane Diemer Uecker, MSc

Administradora, professora, coordenadora de curso de Administração e delegada adjunta do CRA-PR na Seccional de Cascavel

e-mail: adri.uecker@gmail.com

Quando do desenvolvimento do Planejamento Estratégico, organizações brasileiras, pelas características do país, que não apresenta histórico de catástrofes, normalmente direciona seus planos considerando as tendências do mercado e pouco dá enfoque para as descontinuidades. Pois bem, chegou 2020 e com ele o momento de engrandecer a importância do desenvolvimento completo de PE, dando a devida importância para as descontinuidades, apesar das dificuldades que temos de criar cenários negativos.

Mesmo sendo anunciada em janeiro e ter seu impacto no Brasil a partir de março, o tempo foi curto para a preparação das empresas brasileiras e com as instituições de ensino superior não foi diferente. O gestor que tinha feito o dever de casa, sofreu e ainda sofrerá com os impactos causados por todas as mudanças do mercado, mas conseguiu interagir melhor com o caos instaurado com a pandemia.

As instituições de ensino superior que seguiam as tendências quanto à tecnologia no setor de educação, conseguiram uma adaptação mais rápida com as drásticas mudanças impostas pelas autoridades para diminuir a propagação do Covid19, principalmente com o isolamento social e a consequente suspensão das aulas presenciais. Para aquelas que já vinham desenvolvendo atividades de metodologias ativas e detinham a tecnologia para aulas na modalidade de ensino a distância foi simplesmente mudar do presencial para o remoto e manter o calendário acadêmico. Apesar de ter que adaptar alunos e professores à nova realidade, foi possível manter o serviço e justificar a permanência da cobrança de mensalidades.  Já para instituições que mantinham a velha dinâmica de ensino, baseado na relação direta presencial entre professores e alunos em salas físicas e materiais impressos, a suspensão das aulas gerou a interrupção dos serviços e consequentes motivos para o não pagamento das mensalidades, desistências e transferências.

O gestor, como normalmente acontece, teve que adequar todas as áreas, justificando ser uma organização um sistema dinâmico e todo relacionado. Na parte financeira teve que fazer adequações de custos para suportar o aumento da inadimplência, além de operar modalidades diferenciadas de pagamento para atender a necessidades de alunos que tiveram queda na renda familiar. Na parte de pessoal, teve que exercer forte liderança para manter a equipe focada no desenvolvimento das atividades, não deixando se abater diante do cenário de caos social, econômico, político e de saúde. Teve que desenvolver treinamentos em regime de urgência, dando suporte principalmente aos professores para mudar definitivamente sua forma de ministrar aulas. Teve também que treinar alunos, que ainda se adaptavam às novas modalidades, além de dar suporte aos que não tinham equipamentos e nem internet para acompanharem as aulas. Se não bastasse, teve que organizar os funcionários sem atividades presenciais, seja por férias, home office ou suspensão temporária de contratos de trabalho.

Talvez o grande desafio esteve na parte mercadológica, principalmente convencendo a sociedade quanto a diferença entre Ensino a Distância e Ensino Remoto, em que este último segue o modelo presencial, porém, ministrado on line, garantindo manter todos os padrões de qualidade e eficácia do processo de ensino-aprendizagem. Já a parte de operações teve que lidar com duas situações, tanto para a modalidade de ensino remoto, quanto para a adaptação das instalações físicas e processos para a retomada das aulas presenciais.

Uma boa prova de fogo para o gestor, seria considerar a descontinuidade da interrupção repentina da internet no mundo no próximo Planejamento Estratégico. Que tal?

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