junho 29, 2020

Câmara e Senado planejam voltar às atividades presenciais em julho

Desde o início da pandemia da Covid-19, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal suspenderam as atividades legislativas presenciais. Parlamentares de ambas as casas passaram, então, a fazer sessões remotas para analisar e votar diversos projetos. Contudo, eles têm dado prioridade para propostas com ações de enfrentamento ao novo coronavírus. Mas isso não impediu que deputados e senadores também abrissem exceções, sobretudo para votações de Medidas Provisórias editadas antes do início da pandemia e que teriam seus prazos de validade esgotados. Entre as pautas analisadas e aprovadas pelos parlamentares do Congresso estão as propostas de mudança na legislação sanitária – o novo Marco do Saneamento, aprovado na semana passada -, normas relativas aos profissionais de saúde; normas relativas ao auxílio emergencial e adequação da legislação trabalhista; mudança ou criação de linhas de crédito; suspensão de cobranças; e auxílio a entes federados. A Câmara dos Deputados já aprovou, desde a instituição de votações remotas, mais de quarenta projetos. Esse número se repete no Senado Federal. Mas como será o trabalho legislativo após a pandemia? Quais pautas serão prioridades na agenda dos parlamentares? Para o presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Mauro Kreuz, a perspectiva é de que os deputados voltem para a discussão sobre a distribuição das presidências das Comissões Temáticas e Técnicas. “Antes da pandemia, eles sequer haviam definido os membros de cada Comissão para escolher os presidentes”, explica. Mauro acredita que, passada a crise, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, dará prioridade para a formação do Conselho de Ética, visto que existem várias denúncias encaminhadas ao Conselho de Ética, e retomará a discussão da reforma tributária, abrindo espaço para ouvir diversos setores empresariais, a fim de chegar a uma proposta que seja melhor para todos os brasileiros. Mauro também acredita que haverá uma reestruturação das Comissões Mistas Especiais de Análise das Medidas Provisórias e da Comissão Mista de Orçamento. Esta última terá a missão de analisar as propostas de Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual. “O plenário também analisará  Projetos de Leis com requerimentos de votações urgentes”, diz o presidente do CFA. Com relação ao Senado, a perspectiva pós-pandemia é muito semelhante. Mas, como ele está com as Comissões em seu segundo ano de mandato, elas poderão votar projetos que já estão com parecer aguardando votação e poderão ser distribuídas para relatores outras propostas que aguardam indicações. Apesar disso, Mauro acredita que a Covid-19 ainda estará em pauta. “Muitos projetos e medidas provisórias relacionadas à doença ainda poderão ser votados, mesmo após o fim da pandemia. São matérias estruturantes para novos casos de pandemia e benefícios a pessoas, empresas e profissionais que foram afetados pela crise”, afirmou. Um dos temas que devem voltar a pauta das discussões é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n.º 108, encaminhada para o Congresso pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e que dispõe sobre a natureza jurídica dessas autarquias. Ela faz parte de uma série de reformas que o ministro deseja implementar no atual governo. “Somente no retorno das atividades presenciais poderemos saber se o relator da PEC conseguiu algum avanço. Nós também só conseguiremos fazer algum trabalho presencialmente. Contudo, não acho que essa matéria deva ser publicada. A PEC 108 deve ser tratada apenas internamente e ela tem, ainda, um longo caminho antes de receber prioridade pelo presidente da Câmara dos Deputados”, avaliou Mauro Kreuz. Ana Graciele Gonçalves Assessoria de Comunicação CFA

O PAPEL DO GESTOR DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA

Autora: Adriane Diemer Uecker, MSc Administradora, professora, coordenadora de curso de Administração e delegada adjunta do CRA-PR na Seccional de Cascavel e-mail: adri.uecker@gmail.com Quando do desenvolvimento do Planejamento Estratégico, organizações brasileiras, pelas características do país, que não apresenta histórico de catástrofes, normalmente direciona seus planos considerando as tendências do mercado e pouco dá enfoque para as descontinuidades. Pois bem, chegou 2020 e com ele o momento de engrandecer a importância do desenvolvimento completo de PE, dando a devida importância para as descontinuidades, apesar das dificuldades que temos de criar cenários negativos. Mesmo sendo anunciada em janeiro e ter seu impacto no Brasil a partir de março, o tempo foi curto para a preparação das empresas brasileiras e com as instituições de ensino superior não foi diferente. O gestor que tinha feito o dever de casa, sofreu e ainda sofrerá com os impactos causados por todas as mudanças do mercado, mas conseguiu interagir melhor com o caos instaurado com a pandemia. As instituições de ensino superior que seguiam as tendências quanto à tecnologia no setor de educação, conseguiram uma adaptação mais rápida com as drásticas mudanças impostas pelas autoridades para diminuir a propagação do Covid19, principalmente com o isolamento social e a consequente suspensão das aulas presenciais. Para aquelas que já vinham desenvolvendo atividades de metodologias ativas e detinham a tecnologia para aulas na modalidade de ensino a distância foi simplesmente mudar do presencial para o remoto e manter o calendário acadêmico. Apesar de ter que adaptar alunos e professores à nova realidade, foi possível manter o serviço e justificar a permanência da cobrança de mensalidades.  Já para instituições que mantinham a velha dinâmica de ensino, baseado na relação direta presencial entre professores e alunos em salas físicas e materiais impressos, a suspensão das aulas gerou a interrupção dos serviços e consequentes motivos para o não pagamento das mensalidades, desistências e transferências. O gestor, como normalmente acontece, teve que adequar todas as áreas, justificando ser uma organização um sistema dinâmico e todo relacionado. Na parte financeira teve que fazer adequações de custos para suportar o aumento da inadimplência, além de operar modalidades diferenciadas de pagamento para atender a necessidades de alunos que tiveram queda na renda familiar. Na parte de pessoal, teve que exercer forte liderança para manter a equipe focada no desenvolvimento das atividades, não deixando se abater diante do cenário de caos social, econômico, político e de saúde. Teve que desenvolver treinamentos em regime de urgência, dando suporte principalmente aos professores para mudar definitivamente sua forma de ministrar aulas. Teve também que treinar alunos, que ainda se adaptavam às novas modalidades, além de dar suporte aos que não tinham equipamentos e nem internet para acompanharem as aulas. Se não bastasse, teve que organizar os funcionários sem atividades presenciais, seja por férias, home office ou suspensão temporária de contratos de trabalho. Talvez o grande desafio esteve na parte mercadológica, principalmente convencendo a sociedade quanto a diferença entre Ensino a Distância e Ensino Remoto, em que este último segue o modelo presencial, porém, ministrado on line, garantindo manter todos os padrões de qualidade e eficácia do processo de ensino-aprendizagem. Já a parte de operações teve que lidar com duas situações, tanto para a modalidade de ensino remoto, quanto para a adaptação das instalações físicas e processos para a retomada das aulas presenciais. Uma boa prova de fogo para o gestor, seria considerar a descontinuidade da interrupção repentina da internet no mundo no próximo Planejamento Estratégico. Que tal? “O CRA-PR não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do(a) autor(a)”