Conselho Pleno do CNE aprova as novas diretrizes do curso de Administração

Na manhã desta sexta-feira, 10, o Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação (CNE/MEC) aprovou o texto das novas Diretrizes Nacionais Curriculares (DCNs) dos cursos de bacharelado em Administração. A comissão, composta por conselheiros do CNE e membros do Conselho Federal de Administração (CFA) e Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (Angrad), trabalhou em conjunto para aprimorar a Resolução CNE/CES n.º 4/2005. Com a validação do novo texto, as Instituições de Ensino Superior (IES) terão até três anos para se adaptarem às novas regras, a contar da publicação das DCNs. Segundo o presidente do CFA, Mauro Kreuz, atualmente o Brasil tem formado profissionais que, na média, têm frustrado enormemente os empregadores. Com as novas diretrizes, a sua expectativa é de que elas ajudarão os cursos a evoluírem na qualidade formativa dos egressos dos cursos de Administração. “Nós temos um compromisso em formar quadros em Administração que, na média, sejam bem mais superiores do que se observa hoje. Espero que essas DCNs, sejam indutoras para que, efetivamente, os cursos de Administração possam entregar para a sociedade e o setor produtivo profissionais com competências profissionais em Administração mais sólidas”, diz. Entre os destaques da nova DCN estão a formação por competências e a prática profissional obrigatória e supervisionada , a fim de promover o alinhamento da teoria com a realidade laboral do futuro administrador. “A expectativa do Sistema CFA/CRAs é elaborar um material dos conselhos, com as novas diretrizes, com o objetivo de orientar essas IES e ajudá-las a se readequarem para este futuro que a gente quer para os cursos de administração”, explicou a diretora de Formação Profissional do CFA, Cláudia Stadlober. O presidente da Câmara de Educação Superior, professor Antonio Freitas Junior, agradeceu o trabalho da comissão, em especial a colaboração do CFA e da Angrad. “Todos juntos trabalharam muito para a conclusão desse documento que norteia a educação de quase um milhão de estudantes no Brasil, incluindo, cursos de graduação, tecnológicos, presenciais e a distância”, afirmou Freitas. O relator da comissão foi o conselheiro do CNE, professor Antonio Carbonari Netto. O texto foi, aprovado por unanimidade e agora segue para revisão no CNE. Em sequência, irá para o gabinete do ministro da Educação para então ser homologado no Diário Oficial. A Comissão Especial do CFA para Análise das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Bacharelado em Administração foi coordenado pela diretora de Formação Profissional da autarquia, Cláudia Stadtlober. Ele foi composto, ainda, pela presidente do CRA-BA, Tânia Maria da Cunha Dias; pelo presidente do CRA-MA, José Samuel de Miranda Melo Júnior; pelo presidente do CRA-PR, Sergio Pereira Lobo; pelo presidente do CRA-DF, Udenir de Oliveira Silva; e pelo presidente do CRA-RJ, Wallace de Souza Vieira. Ana Graciele Gonçalves Assessoria de Comunicação CFA
Inovação é uma questão de sobrevivência para as companhias
Inovação é uma questão de sobrevivência para as companhias Henrique Domakoski atualmente é superintendente geral de Inovação do Estado do Paraná e já foi vice-presidente de Novos Negócios da Associação Comercial do Paraná. Graduado em Administração de Empresas pela FAE e em Direito pela Faculdade Curitiba e pelo MIT Sloan School of Management, foi o fundador do maior brechó online do Brasil, o Troc. Nesta entrevista, ele fala sobre o ambiente inovador do Paraná e das necessidades dos profissionais e empresas que querem sobreviver neste mercado competitivo. CONFIRA: O que é inovação em um ambiente empresarial? Inovação por essência é qualquer coisa que você venha a fazer, seja processo, produto ou serviço, que traga uma melhoria ou benefício para o seu consumidor. Seja aumento de receita, no caso de companhias, ou no caso da qualidade do serviço prestado para o consumidor ou na redução de custo para economia da empresa. Tem esse ganho atrelado nessa nova forma de executar a ação. E que ela pode ser de uma maneira incremental ou disruptiva. O que você considera “inovador” na área de Administração hoje em dia? Para entregar processo ou produto inovador, para que isso seja perceptível na ponta, da forma mais rápida e menos custosa possível, existe uma série de metodologias ágeis e modernas que permitem isso. Muitas delas ficaram consolidadas já nas startups, e hoje são aplicadas em organizações. A maioria delas passa por um ciclo de construção de produtos, o que antigamente se demorava muito tempo, investia-se muito, hoje é feito de maneira mais rápida, prototipando, testando, validando com seu cliente final e isso permite com que se tenha um resultado na ponta de maneira mais ágil e mais barata. Como estão as empresas no Paraná nesse quesito? Quais os pontos a melhorar? O Paraná vem se destacando no cenário nacional no que tange a inovação. Falamos desde a inovação disruptiva, com novas startups, mas também de empresas tradicionais que têm se reinventado e inovado em todo o seu processo. E o grande desafio para que isso aconteça, principalmente, é a questão do mindset. É você principalmente aceitar o erro, saber que errar faz parte do processo. Com um erro controlado, para que você aprenda com ele e com ciclos rápidos possa corrigir e cada vez criar produtos e serviços melhores para o consumidor final. Quais são os desafios e oportunidades para os administradores em se tratando de inovação? A inovação deixou há tempos de ser um diferencial competitivo para ser quase uma questão de sobrevivência. Esse é um desafio e as empresas têm que incorporar isso e adotar cada vez mais esse mindset inovador, metodologias ágeis, errar e corrigir rápido. Uma prática que tem sido adotada e muito bem-sucedida por muitas corporações é a inovação aberta, que é você se aproximar de startups para que elas possam auxiliá-lo a resolver seus desafios; porque dificilmente uma empresa vai ter todos os skills, desde pessoas, recursos financeiros, etc. Por isso, essa aproximação é fundamental para que você possa inovar na velocidade em que o mercado exige. Há um perfil de uma pessoa inovadora? E o administrador inovador? O que mais deve ser agregado a ele? Em relação à inovação muito se confunde a pessoa inovadora com aquela pessoa indisciplinada, que sempre busca caminhos diferentes para tudo. Mas não, a inovação é em relação a um processo, que tem metodologia, que ajuda você a encontrar soluções inovadoras. Mas por natureza eu acho que tem que existir um inconformismo, principalmente pela pessoa que lidera a inovação; inconformismo de que sempre há formas de melhorar o que está acontecendo. E, além disso, olhando para fora da companhia, é preciso ser uma pessoa antenada, próxima da inovação, vendo o que tem sido criado não só no Brasil, mas no mundo naquele mercado, para que isso possa ser absorvido dentro da própria empresa. Acredito que esse perfil é fundamental para quem lidera o processo de inovação dentro da companhia. Porém, lembro também que é uma ciência, que existe muita metodologia por trás, e não simplesmente ações isoladas que vão tornar uma empresa inovadora. Você tem algumas dicas ou orientações para que os administradores possam ser mais inovadores nas suas funções? A grande dica é que aquele administrador que achar que as coisas vão continuar sendo como sempre foram, ele está fadado ao insucesso. A pandemia nos mostra isso, é um antecipador de futuros, as tendências que iam acontecer nos próximos anos estão acontecendo em meses ou semanas. Muitos negócios vão acabar e muitos outros vão nascer, muitos serão reinventados e acho que este tEm que ser o mindset constante do administrador a partir de então. Sempre pensar que existem formas melhores de fazer aquele produto ou serviço que está sendo prestado, sempre ficar atento para o que está acontecendo no mundo, nos ecossistemas de inovação, porque certamente tem alguém pensando naquela solução, e muitas vezes se você não consegue fazer dentro de casa, aproxime-se de quem já está fazendo muito bem. Acho que tem muito esta questão do ‘coopetition’; você cooperar com os teus competidores porque o mundo vai exigir cada vez mais inovação e as companhias que irão sobreviver serão as que estiverem alinhadas com isso.
PALAVRA DO PRESIDENTE
Administrar o futuro inicia-se no presente Muito se tem falado acerca do novo normal, esse cenário futuro de novas formas de vida e de relacionamentos pessoais e profissionais. É certo que muitas coisas irão mudar – algumas para sempre – mas neste momento é cedo para analisarmos com clareza tudo que será uma realidade em um futuro próximo. No entanto, mesmo em panoramas incertos, a Administração se mostra uma ciência fundamental para que as organizações passem pelas turbulências com mais segurança. Procedimentos estratégicos como um bom planejamento, análise de riscos, otimização de recursos, inovação, gestão de pessoas, entre outras, são requisitos básicos para a sustentabilidade de empresas privadas ou instituições públicas, especialmente em cenários de incerteza. E aqui surge uma excelente oportunidade para os profissionais de gestão dizerem presente! Podemos antecipar uma demanda crescente de profissionais em diversos ramos da Administração. Seja na área de consultoria, pela necessidade de orientações de estruturação de novos negócios para profissionais que perderam seus empregos e irão se lançar aos seus próprios negócios, seja atuando em empresas que precisam inovar em seus serviços e produtos, e também é possível vislumbrar um novo horizonte para profissionais de RH, com a adoção crescente do trabalho remoto. O CRA-PR já vinha atuando fortemente na capacitação de nossos profissionais e vamos incentivar ainda mais esse processo, apoiando o desenvolvimento dos Administradores e, consequentemente, das empresas e instituições do Paraná.
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Com medo de perder emprego, profissionais vão em busca de novas oportunidades

Desemprego em alta e cenário de incertezas motivam colaboradores qualificados a irem atrás de outros desafios. Mas será que é o momento para mudar de time? E o que a empresa pode fazer para não perder talentos? A pandemia do novo coronavírus continua trazendo grandes problemas para a sociedade. Além dos riscos para a saúde, a doença causou o desemprego de muitas pessoas. No Brasil, entre maio e junho, dois milhões de brasileiros perderam o emprego. O levantamento é da PNAD Covid-19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é feita em parceria com o Ministério da Saúde. Para se ter ideia do impacto, a população desempregada no início de maio era de 10 milhões e, na segunda semana de junho, já estava em quase 12 milhões. O receio de entrar nessas estatísticas tem motivado 41% dos profissionais qualificados e empregados, com 25 anos ou mais e com formação superior, a buscar novas oportunidades no mercado de trabalho. Os dados fazem parte da 12ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), que também indica mudança na confiança do mercado, em decorrência das incertezas e inseguranças causadas pela crise do novo coronavírus. O ICRH consolidado para a situação atual caiu de 37,5 para 25,2, enquanto para a situação futura (próximos seis meses) passou de 56,7 para 44,2, pouco abaixo do campo otimista. Mario Custodio, diretor de recrutamento da Robert Half. (Foto: Marcelo Pereira/M11 Photos) “É natural que, em meio a um cenário de incertezas, muitos profissionais empregados busquem novas oportunidades por receio de perderem seus postos de trabalho. No entanto, é fundamental uma análise realista do panorama e agir com planejamento. É preciso ter clareza sobre os pontos de insatisfação como: perspectiva de carreira, qualidade de vida, relação com o chefe ou pares, remuneração, benefícios, cultura corporativa e distância entre a casa e o trabalho para não tomar uma decisão motivada apenas por desespero”, pontua Mario Custodio, diretor de recrutamento da Robert Half. O conselheiro regional e coordenador da Comissão Especial de Recursos Humanos do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ), Reinaldo Faissal, diz que todo mundo, literalmente, encontra-se no mesmo momento de incerteza. “Idas e vindas nas possibilidades de retorno às atividades, parcial ou total, têm sido frequentes”, afirma. Para aqueles que estão em busca de novos desafios, Faissal aconselha: “Considerem as mudanças que certamente ocorrerão no segmento que lhes desperta o interesse. Isso inclui tanto a capacidade de uma empresa se adaptar frente às mudanças, como a sua expertise em inovação e operação de forma sustentável”, orienta. Adm. Reinaldo Faissal (CRA-RJ) Ele reforça, ainda, que outro ponto a considerar é o alinhamento entre as características exigidas pela posição que almeja e suas competências, sendo estas constituídas pelo conhecimento que já adquiriu, as habilidades que possui e as atitudes que utiliza, além da necessidade de responsabilizar-se pelo autodesenvolvimento. “O sucesso não é garantido, mas certamente que com esses passos o risco estará minimizado”, conta o administrador. Como reter talento em tempo de crise? Nesse cenário de incertezas, perder profissionais qualificados para a concorrência pode ser ruim para a organização. Mas, então, como manter esse colaborador engajado na equipe? Segundo o diretor adjunto e conselheiro regional do Conselho Regional de Administração do Espírito Santo (CRA-ES), Hermano Mattos de Souza, muitas já sucumbiram e outras sequer possuem garantia de sobrevivência. “As que puderem, devem proporcionar todas as condições possíveis para reter aqueles que serão indispensáveis no processo de retomada normal das atividades. Afinal, eles possuem profundos conhecimentos dos processos internos e poderão enxergar o melhor caminho para a recuperação, em curto espaço de tempo”, orienta. Adm. Hermano Mattos de Souza (CRA-ES) Faissal reforça a importância da lealdade da organização com empregados, clientes, fornecedores, acionistas, instituições públicas e a sociedade. As ações e atitudes dos líderes, segundo ele, representam a melhor medida para que qualquer empregado avalie o quanto lhe é compensador “mergulhar de cabeça” naquela empresa. Para o conselheiro do CRA-RJ, o bom exemplo é peça essencial para obtenção do comprometimento. “A confiança é base para criação e manutenção de relacionamentos duradouros, portanto, deverá ser conquistada por intermédio da tomada de decisão e execução de ações, das mais simples às mais complexas, em consonância aos valores e princípios apregoados. Pelo princípio da reciprocidade a lealdade demonstrada será convertida em comprometimento e consequente bom desempenho”, diz. Aos gestores, a missão é compreender os objetivos dos colaboradores e tentar alinhá-los com os interesses da organização. Hermano explica que a interdependência entre ambos é inevitável. “Para serem alinhados, o único caminho existente é a negociação transparente, com elevado grau de confiança entre as partes. É o momento em que todos devem reconhecer que novos métodos de trabalho exigirão posturas mais condizentes com a nova realidade. Nada será como antes, mas, em uma organização, as partes jamais poderão possuir objetivos divergentes, sob pena de amargarem resultados desfavoráveis”, avalia do administrador do CRA-ES. Ana Graciele Gonçalves Assessoria de Comunicação CFA