Autor Adm. Izoulet L. M. Cortes Filho
(izoulet@yahoo.com.br)*
Frequentemente pergunta-se qual e onde está o papel do Administrador na inovação. Para uma ideia mais clara é importante olhar para o que é a inovação: Fazer-se algo novo ou substancialmente melhorado, em favor da competitividade, a qual pode acontecer em diversas esferas e níveis, nos negócios, na sociedade, no governo, nos ambientes de negócios, nos territórios.
Portanto a inovação pode ser entendida como um meio para a busca de competitividade e diferenciação, acompanhada de resultado e com método. A inovação pode ter diferentes contornos, sendo de natureza tecnológica ou mesmo social, entre outras possibilidades.
Schumpeter, dos primeiros e principais autores da inovação, já defendia o seu uso como vantagem estratégica para os empresários.
A inovação não é necessariamente linear, isso é, não obrigatoriamente precisa cumprir sequencialmente as atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), porém a sua jornada contempla alguns ingredientes: Novas necessidades que liguem demandas do mercado com a geração de ideias, conectando-se com atividades de P&D, produção e comercialização no qual, em última instância, representa a conexão entre o estado da arte da técnica com as demandas do mercado. Para que exista devem ser observados os aspectos da organização, da produção e da comercialização.
Olhando a inovação tecnológica, em especial, essa presume estabelecer relações, detectar oportunidades, promover a melhoria técnica e explorar vantagens competitivas, ou seja, observar processos, padrões, oportunidades de mercado – em que o marketing faz-se presente, inclusive com Kotler auxiliando no senso de posição.
Porter trouxe a competitividade: As 5 forças, estratégia e vantagem competitiva, vantagem comparativa e a cadeia de valor.
Inovação e a administração compartilham ferramentas em comum, como o Canvas de Osterwalder.
A inovação precisa ser gerenciada, controlada, estabelecida e mensurada – inclusive em termos de custos ou mesmo de tributos se executada dentro de programas de políticas de benefício e incentivos até mesmo de natureza fiscal. Possui manuais internacionais específicos, com contribuição da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico: Oslo (Inovação), Frascati (P&D), Canberra (Gestão de RH).
Autor de referência da Administração, Peter Drucker, precisa ser mais explorado no vínculo com inovação. Nele o empreendedorismo é peça central na sobrevivência e no crescimento. Nele encontra-se a peça fundamental da articulação ligando Administrador e Inovação: “Inovação é a ferramenta específica dos empreendedores, o meio pelo qual exploram as mudanças como oportunidades para um negócio ou serviço diferente”. Considerou a Inovação como uma disciplina e, no conjunto da relação entre áreas, autores e teorias, pode-se rever o papel da Administração como Ciência, o que poderia ser melhor explorado.
Para que a Inovação ocorra, várias profissões são necessárias, mas cabe ao Administrador combinar todos os ingredientes em favor de gerar valor na empresa, a peça central transformadora da sociedade moderna – e da essência capitalista.
O Administrador tem um papel vital para implementação e sucesso da competitividade e a gestão da inovação é elemento-chave para isso que ocorra.
Ambas estão estreitamente ligadas. Além da inovação ser uma disciplina da Administração, a ela conecta-se em várias dimensões e tem a capacidade de evidenciá-la como ciência.
Adm. Izoulet L. M. Cortes Filho
Administrador de Empresas, com Habilitação em Comércio Exterior. Pós-graduado em Política, Estratégia e Planejamento. Mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia. Membro do Comitê de Gestão da Inovação e Tecnologia do CRA-PR
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