Para os que ainda não tinham percebido que já estamos vivendo e inseridos em uma sociedade 5.0, essa pandemia do Covid 19 serviu para abrir nossos olhos para as oportunidades que não estavam sendo devidamente aproveitadas.
Infelizmente, muitas empresas que não estavam conectadas, preparadas para essa nova sociedade 5.0, não sobreviverão pelas dificuldades trazidas pela pandemia, notadamente as relacionadas às decisões de fechamento do fluxo econômico, mas por outro lado, muitas outras empresas surgirão e/ou serão fortalecidas, principalmente aquelas que se anteciparam ou perceberam as oportunidades desse novo momento.
Mais uma vez fica enfatizada a necessidade de estarmos atentos e reparados na gestão das organizações para as contínuas mudanças através de inovações, basta recordarmos como ocorreram as evoluções, chamadas de revoluções dos processos de industrialização em busca da redução de custos:
1ª. Revolução Industrial, iniciada no Sec. XVIII com a mecanização da produção;
2ª. Revolução Industrial, iniciada no Sec. XIX com a eletricidade, a linha de montagem, a produção em série e a redução de custos pela escala de produção (Fordismo);
3ª. Revolução Industrial, iniciada nos anos 70, sec. XX, com a automação e computadores programáveis com o surgimento dos Robôs no processo de industrialização;
Atualmente, no sec. XXI, estamos vivendo a 4ª. Revolução industrial, com a aplicação das Tecnologias de Informação e comunicação, possibilitada pela Internet somada à Inteligência Artificial, (I.A.), o armazenamento em Nuvem (Cloud), a Robótica, Realidade Virtual, a Internet das Coisas, surgindo o “sistema de produção ciber-físicos”, com a interação e comunicação também entre máquinas.
Até então, essas transformações sempre ocorreram no âmbito dos processos de industrialização, na busca constante da redução de custos, mas também, na busca da atenção dos desejos e necessidades de consumidores, evoluindo de um processo de industrialização de massa, sem personalização, para retornarmos melhores na atenção ao mercado e das organizações com a personalização de massa possibilitada pela flexibilização dos processos através da tecnologia.
A Sociedade 5.0 foi um termo utilizado em 2017, pelo Japão no CeBIT em Hanover, para apresentar uma abordagem que se volta para o ser humano, utilizando-se de toda essa tecnologia disponível com a revolução 4.0 para estar a serviço do homem, dando um impulso para a humanização das organizações, .
Yoko Ishikura, consultora independente do Fórum Econômico Mundial, alerta para essa revolução tecnológica e garante que a iniciativa “Sociedade 5.0” pretende “posicionar o ser humano no centro da Inovação e transformação tecnológica”.
Quem esteve acomodado com o sucesso obtido até então e não se ligou e acompanhou as mudanças ocorrendo ao seu redor, achando que a digitalização dos seus processos era algo dispensável, foi pego de surpresa pela pandemia Covid-19 e possivelmente sofrerão as consequências da falta de inovação ou de dificuldades de adaptação emergencial.
Já tivemos oportunidade de ouvir sobre empresas que rapidamente se adaptaram para o E-commerce, para o Home office, inclusive ampliando seus negócios, porque possivelmente estavam mais “antenada” e preparadas para a sociedade 5.0, bastando esse “empurrãozinho” para esse novo cenário, essa nova oportunidade de negócio do momento e quem sabe, não será esse o novo modus operandi da empresa também após a pandemia.
Segundo SEBRAE (2018), as Micro e Pequenas Empresas no Brasil representavam 98% das organizações constituídas e sem sombra de dúvidas, são essas as empresas que mais sofrerão com a pandemia, pela dificuldade de terem uma orientação profissional mais adequada a essa nova realidade, apesar de já estarem inseridas nesse contexto de sociedade 5.0 através de aplicativos de nosso dia-a-dia como uber, Netflix, Nubank, iFood, moeda digital etc.
Por todas as revoluções que já passamos, as mudanças sempre ocorreram, e junto com elas os desejos e as necessidades da sociedade e por consequência, dos consumidores abrindo novos empregos e novas oportunidades de negócios, bastando para sobreviver nesse contexto, de adaptações, de inovações gradativas ou disruptivas, que o mercado sinaliza constantemente e que os gestores precisam estar alerta.
O grande trunfo que temos nas mãos enquanto Administradores é que as transformações e as mudanças fazem parte de nossa formação e de nosso dia-a-dia profissional e a única certeza que temos é que precisamos estar constantemente nos adaptando e preferentemente nos antecipando às mudanças, para não sermos surpreendidos e estarmos prontos para ajudarmos as empresas nesse momento de dificuldades pelo qual estão passando.
Como Alvin Toffler já havia nos alertado: “Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não podem aprender, desaprender e reaprender”.
Adm. Leonidas Lopes de Camargo-MsC
Delegado da Seccional Foz do Iguaçu-CRA-Pr.
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