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Qual é a expectativa da Diretriz Curricular nº 5 do curso de graduação em Administração na academia e no mercado?

A expectativa, tanto do Sistema CFA/CRAs quanto do MEC, é que o impacto será grande

Embora a Diretriz Curricular nº 5 tenha sido promulgada em 8 de outubro de 2021, mesmo antes já se percebiam movimentações por parte de diversos coordenadores de cursos de Administração – uns, por cautela, alguns, por quererem saber mais a respeito, e outros, pretendendo ser mais assertivos.

Dentro do recorte e da realidade brasileira, como as propaladas mudanças no mercado estão acontecendo? Sabe-se que o sistema CFA/CRAs vem investindo há algum tempo em pesquisas, ouvindo o setor acadêmico, profissionais e mercado, e se concluiu como necessária a instituição da nova Diretriz Curricular para adequar a formação dos profissionais de Administração.

Com a promulgação da Diretriz Curricular nº 5, a área acadêmica terá até três anos para se adequar. Nela, haverá a necessidade de entendimentos à construção do projeto de curso, e é importante que as atividades de processos e tomadas de decisão institucional comecem a se desenvolver de imediato. Logo, será possível perceber que a construção da nova diretriz será mais complexa que a das diretrizes anteriores.

Ao se realizar um breve resgate sobre a Diretriz Curricular nº 4, de 2005, com aproximadamente 20 anos em curso, verificamos que trabalhou com conteúdo de Formação Básica, Formação Profissional, Estudos Quantitativos e suas Tecnologias e Formação Complementar, ou seja, a Diretriz foi trabalhada por meio de conceito conteudista.

É inegável que a disrupção da Diretriz Curricular nº 4 para a nº 5 é significativa. De acordo com o presidente do CFA, Adm. Mauro Kreuz, trata-se de “diretriz que vem ao encontro do mundo do trabalho, focada em desenvolver sólidas competências em Administração de forma que possa entregar, ao mundo do trabalho, quadro com profissionais de elevada competência e performance”.

Certamente, as academias terão que rever seu mindset – que deve ser voltado ao conceito de competência. Deve-se entender os reflexos do mercado de trabalho e os modos de lidar com as mudanças.

O perfil discente e a leitura da demanda terão que ser revistos. Igualmente, será exigida a definição ou formação do novo perfil docente, a revisão dos conteúdos e das metodologias de ensino, articulando, assim, teoria e prática. Por exemplo, será importante que, nas definições do projeto de curso de cada IES, sejam consideradas por quê e em que a disciplina e o método de ensino a ser proposto agregarão à formação de novas competências do administrador.

Diante do exposto, acredita-se que dificilmente haverá espaços no mercado para se trabalhar nacionalmente, com o Projeto de Curso Único para o Curso de Administração. A nova Diretriz Curricular proporcionará flexibilidade para dar autonomia aos cursos por entender que há aspectos de atendimento às demandas na questão de empregabilidade e exigências das particularidades locais e regionais a serem consideradas.

Entre os destaques da nova Diretriz Curricular, estão a formação por competências e a prática profissional obrigatória, a fim de promover o alinhamento da teoria com a realidade laboral do futuro administrador. Por fim, cabe mencionar que, a partir da nova DCN, será exigido do docente e do discente maior protagonismo e supervisão da prática profissional obrigatória por um administrador registrado – recomendação do CRA de cada estado.

 

Adm. Sérgio Tsuru

Diretor de Formação Profissional do CRA-PR